[ela queria viver. Ele fingia ser feliz. e juntos viviam uma história chata, repetitiva. noite fria. NY pela janela com neblina e silêncio. ela queria esquecer. Ele fingia ser indiferente. e juntos tentavam entender o que estava mais que explícito. ela queria mudar. Ele queria mudar. e juntos perceberam que a mudança só aconteceria com cada qual na sua estrada. ela tinha decidido. Ele nunca decide nada. e juntos empurram a vida por mais um vinho, uma discussão, uma ausência - e se prometem deixar de sobreviver nas sombras e buscar a felicidade (mas a de verdade)]
30.10 23h28
[coca light no copo, vento no rosto e um mundo aberto via google de coisas que eles poderiam fazer lá fora. Ele não sabe o que quer, ela sabe que quer viajar. E juntos constroem uma viagem maluca para NY as vesperas de N trabalhos com o objetivo de se cansar de outra coisa que não picuinhas, trabalhos, gente chata e poluição. Ele quer ir a livraria, ela ao parque. Frio se instala por lá e comidas diferentes, besteiras a comprar servem de alibi quase perfeito para novos riscos. Ele quer negociar, ela quer viver. E juntos vão construindo um castelo repleto de passagens secretas e novas histórias.]
23.10 16h02
[pão fresquinho no mercado e ela querendo comer alface. feira mundial de chocolate e Ele querendo reduzir a glicemia. o mundo era um grande jogo para os dois, pois não se cabiam nas suas limitações e seguiam...descobriram com o tempo que as cercas eram de papel e os limites de mentira. se magoaram, feriram onde ninguém mais consegue chegar...riram, trocaram o que jamais outra pessoa terá deles. silenciaram, porque na dor perceberam que podiam tanto mas que haviam se tornado tão pouco. pão e chocolate - fácil é só escolher]
20.10 13h52
[ela via o mundo da altura dos calcanhares, as vezes lhe passavam uma carraspana ou sentia um pé em riste lhe fazendo afronta. não entendia o porque. era silenciosa, meiga e tinha fome, mas mais que fome tinha saudades da cama, do carinho, do afeto e continuara amando quem lhe abandonara num quarto gelado e fora da casa. era só um cão diziam os outros, era a pessoa que eu mais amava dizia ela - o problema era que os humanos não sabiam ouvir. pronto a página virou, nunca mais lhe darão as costas, hoje tem tantos amores que nem sabe para onde olhar e neste mesmo olhar agradece por poder dar novamente o amor que trouxe dentro de si.]
19.10 14h48
[uma fresta de sol entrou pela janela dela, no mesmo momento do outro lado da cidade Ele se espreguiçava ainda na cama. Eram assim síncronos em sensações mesmo que demonstrassem de maneiras diferentes. ela despertou montando a viagem, Ele ficou pensando porque iria e sabia que essa conexão vinha de outros mundos. Lá! Uma década atrás Ele disse que a união deles vinha de outras vidas e não eram poucas - um anjo passou e ouviu - os uniu novamente. É quando o destino supera as razões e assim bem simplista se estabelece]
17.10 9h25
[a noite caiu e com ela novidades, impulsos. a lágrima escorre mas ela sabe que é preciso seguir e as mudanças todas que cada dor representa fizeram dela alguém que não vê importância em coisas que antes eram primordiais. seus valores mudaram, assim como o gosto do chocolate já não é mais bom, cozinhar já não tem mais o mesmo brilho e as manhãs cinzas podem continuar assim...ela ouve a mesma música sem parar, quem sabe é apenas para se convencer que o caminho já está trilhado. alguém podia lhe emprestar um mapa, mas quem???]
14.11 20h57
[as orelhas de molho movimentavam o mundo dela, hj ele está silencioso, dolorosamente silencioso. ela sorri de canto de boca, engole a lágrima que escorreu e torce para ter aprendido o que a orelhuda ensinou. hora de ir pra casa -vinho e mais silêncio.]
13.11 17h29
[o som da rua a deixava confusa, ela queria assim como Ele que o apocalipse batesse na sua janela e levasse tudo embora. Ele queria transformar medo em dúvida e dúvida em nostalgia, não deu certo. e ambos se calaram por dias, o papo voltou, o sarcasmo, a risada, as análises noscenses levaram os dois a um almoço árabe, uma arte russa em plena quinta cinza e paulistana. eram assim, cumplices até da birra do mundo]
13.11 14h51
[ela despertou de um sono profundo como se já tivesse passado do meio dia, eram 6h40 da manha. ela sorriu, bebeu água e resolveu caminhar. ipod no ouvido, Gadu no som e as ruas desertas de uma cidade imensa. ela pensou, repensou. essa vez não haveria crianças em casa, mas o sorriso delas estaria lá é preciso entender. tomou uma água de coco, riu de uma discussão de casal pensando: quanta besteira. voltou a si, caminhou, relembrou...já em casa um banho e um cochilo. o mundo pode muito nela, e ela estava disposta a ver até onde iria esse parapeito]
12.10 9h59
[o combinado era ela levar o vinho e Ele o sonho. fariam um picnic no meio da rua, embaixo da chuva e lá mesmo definiram o futuro. aquele dá próxima esquina, do próximo beijo, da próxima viagem. ela ficaria com as malas e Ele com o destino. e combinaram sem cobranças, cumplices de histórias e perdas apenas ser felizes juntos. ela seria mais generosa e Ele mais sarcástico. respeitariam suas ausências e os novos objetivos conjuntos. sim porque os dois entrariam com a amizade e o respeito. o resto tinha sido passado - a ferro.]
11.10 12h54
[eles riram, falaram da vida. viram vida nos olhos das crianças que transitaram pela sala. é o mundo pode ter conserto - que tenha, por eles. ela ajudou a servir os petiscos e contou detalhes. Ele contou dos projetos, dos Seus detalhes. cerveja gelada, queijos, risadas baixinhas. telefone. ela esta feliz pela amiga, feliz, cansada, casada, divertida, amiga mesmo. Ele estava feliz por compartilhar Seus projetos com outro que pode somar e que acreditou nas idéias.
Eles saíram em silêncio, perfil de missão de vida cumprida - de observar um mundo real, de ver que é possível e que cumplicidade é sim o maior ingrediente de um relacionamento. e os amigos possuiam um mundo e eram felizes.
eles?? estavam buscando o caminho...mesmo sabendo qual...]
11.10 0h25
[ela encontrou com Ele na rua.ambos sorriram, o frio indicava que o vinho seria a companhia de ambos. eles beberam 2 doses cada. falaram besteiras. fizeram planos, riram dos simpsons. choraram a perda...e seguiram cada um p/ um lado. cada um em sua casa. solidão]
[ fim de tarde...dia bom...ela ia andando pela rua, um sol vermelho se pondo no ceu, cedo, o vento fresquinho acordava os olhos, fazia as orelhas do cocker 100 quase decolarem e o sorriso no canto da boca nao tinha motivo aparente, mas ela estava feliz.
Olhando as pessoas na rua, seus trejeitos, suas faces ora enrrugadas pelo vento, ora diminuidas pelo reflexo do sol, quem passa fala em diversos sotaques pela feirinha que acontece ao lado, e num suspiro, ela se pergunta: onde estou?
Na beira mar um vento mais forte bate, um arfar da cachorra pastorando o mar, a brisa volta suave e um cheiro bom de vida....então entre passos largos e inspirar profundo ela se responde: estou onde escolhi estar, amando qem escolhi amar, construindo minha vida...
e sorrindo pro acaso que passa...
e passa.]
[o dia abafado e ela tinha sonhos confusos, mortes, dores, histórias descontadas....e sonhos bons, sorvete, guria, cocker 100, risadas e uma paz que a muito eu não sentia. literatura cordel, medieval, nominativa, poética, sem luz, com vida...enfim confusa como alguns dos sonhos.]
[sexta de sol e maresia, um dia de decisões.
Ela acorda as 5h sai com a cachorra e caminha horas, a esmo, sem rumo.
Na volta, um bom banho e cama por alguns minutos - desperta em seguida.
Se arrumando ao som de Lenine, do novo, brinca com o bixu da casa e baixa seus emails.
O sol bate na janela e revela um dia de ar leve, pura...tranquilidade à vista.
e entre propaganda, orçamentos, contas...duas linhas que mudam tudo.
como um sinal, um aviso. Aquele que ela havia pedido a algum tempo e achava que Deus estava de férias, ou ouvindo o novo cd de Madonna - que nada, ouviu e mandou um sinal super claro e conciso.
sinto falta também, das risadas, chopps, papos sérios, textos pesados, desejos guardados e o melhor - troca do conteúdo.
Seja de cunho diverso, político, religioso, sexual, financeiro..ou apenas sobre nós mesmos.
Renascer tem momentos introspectivos...e o melhor é sair deles por um motivo como Vc.
ela perdeu a hora de sair, se envolveu em momentos refazendo processos e analisando se isso era mesmo um sinal. respondeu o email entre um todinho e o secador. calou a música e cantarolou pela casa.
o vento ja entrava pela porta da sala, manso, com a cachorra e seu "astro" barulhando pela casa.
ela se garantia. já não haviam motivos para medo. os motivos agora eram de passos pelo escuro do sonho, da casa, da vida.
".... eu, de certa forma, estava sentindo que sampa tava estranhamente incompleta."
Pq quem conhece ela sabe que sinais representam muito...e o Dele significa uma troca inexplicável de mais pura energia do bem..para o bem, ao menos deles.
nous aller à Paris?]
[Depois de uma noite de vinho, pizza e otima companhia ela voltou pra casa tranquila, sentindo-se amada e um pouquinho feliz.
Não conseguia dormir...era muita informação e mais sensações que havia esquecido na gaveta em prol de um amor que já não tinha a mesma força.
Eles se amavam? Sim...não existia dúvida, mas existem sentimentos maiores que o amor..como o medo, a dúvida...e outro maior ainda esse sim eles nunca perderiam: a cumplicidade.
Matariam juntos se fosse preciso - Ele conhece dela coisas que só Ele sabe. Ela sabe de preferencias e idéias Dele que Ele não dividiria com outra pessoa.
E o tempo passou...e essas coisas ficaram no baú, junto com os beijos, carinhos e bons sentimentos.
Hoje, ela desperta amassada, com preguiça, passeia na manha gélida com ipod no ouvido e a cã pelas mãos...ouve sons que estavam esquecidos.
é a fada que fala e ela nunca mais tinha tido coragem de ouvir.]
[e ele tava sozinho..silencioso. não sei quanto tempo demoraram para perceber sua ausência.
ele partiu sozinho, sem um aviso, um telefonema, um carinho. que o mundo do lado de lá seja melhor que este, ao menos para ele. que a nossa mania de achar que sabemos tudo seja recompensada pela paz dele. que ser mais um sem ser especial tenha hoje um novo sentido o de fazer as pessoas especiais em nossas vidas.....o de apenas passar.
ele sempre achou que só estava passando, que não tinha importância, valor....que não lembrariam dele depois de um tempo. mas as risadas, a febre de gincana, os momentos de ira, e as palhaçadas bebado...nos ensinaram a amá-lo assim...mesmo a distância...e este amor silencioso e sem tempero pode ter deixado ele na solidão em que partiu.
Vai em paz meu amigo...não fomos capazes de entender tua necessidade..porque na maioria das vezes sabotamos nossas próprias necessidades de amor, atenção, cumplicidade e carinho...]
[ela não sabia como reagir...havia pensado em beber muito, em calar...em deixar passar.
como deixou tantas outras mentiras Dele, tantos outros silêncios, remorsos que Ele vai levar vida a fora. porque ela era sempre intensa, até quando silenciava. abriu uma garrafinha de smirnoff black, uma barra de chocolate e ficou divangando entre lembranças, medos e anseios que a vida está neste momento colocando a sua frente.
ela prendeu o cabelo, se perfumou com Roma, colocou um vestido de alças e saiu...para ver o mundo lá fora. e o mundo estava mesmo lá fora. riu, sorriu, teve lágrimas nos olhos e viu a vida passar por outro angulo que não o do Amor intenso que ela vive a tanto tempo...e é tempo mesmo..são 08 anos de trocas, de entregas, de alguma cumplicidade.
a vida estava lá....e os corações papel estavam molhados no extremo dos sonhos..do medo..da entrega.
ela silenciou,voltou pra casa...tirou o vestido, pego uma coca light, colocou no som um cd que havia ganho de presente e adormeceu, com a certeza que viver é mais que necessário não importando a dor que está se sentindo.]
[fantasmas...
ela estava cansada, dias a fio trabalhando, pensando...resolveu tomar um sol, uma coca light e dar um passeio com a cachorra. Vento forte lá fora,, gelado...uma sensação de vida...a cachorra puxa com força...mas ela segue sorrindo e falando sozinha ou com o bixinho...rs. Por um momento questionou o que estava fazendo da vida, vivendo como não queria mas com boas surpresas nas últimas semanas.
Num piscar dos olhos o céu escurece, ela silencia e ao abrir os olhos já marejados se depara com os mesmos fantasmas, mesmas histórias, mesmas ausências e a mágoa volta a ser inevitável - gavetas com chaves podem ser arrombadas. Pois é...o tudo de bom já é menos bom, o vento agora dá frio, o sol arde os olhos e a sensação de "margem" a incomoda novamente.
Volta pra casa sem entender bem o porque da sensação, do vazio...alguns minutos no computador e a descoberta..o sexto sentido dela ainda funciona..e ainda a faz crer que esse mesmo sentido é o que a faz ficar, mas será que é o caminho correto???]
[alguém destapou o ralo da represa... e um redemoinho arrasta meus barcos de papel escrito,
minhas flores prensadas em livros,
os cartões de amores antigos,
os recortes de jornal lidos e relidos,
as fotos amareladas dos nossos amigos.
..há algo de mim se esvaindo.]