[ela não sabe como funciona o pensamento Dele, mas sabe que Ele anda com medo da vida. ela não anda com medo de nada, nem de barata - perdeu algo muito valioso nos últimos tempos - e o motivo agora já não importava mais. Ele batia na tecla de sempre, ela havia parado de digitar a vida. ela só queria compartilhar, Ele queria era pirraciar. e juntos faziam com que o planeta se desequilibrasse - aquecimento global. de medos, dúvidas, anseios, desejos, silêncios, vontades. mas era juntos que se sabiam fortes e únicos - porque podiam tudo, até suportar a dor da perda]
04.11 11h54
[o telefone toca. ela sorri. Ele esta paranóico. saudades.medo.solidão. ela conversa e se sente confortável. Ele fala assustado dos fantasmas que cria e recria em meio a evolução. é evoluir dói, quebra paradigmas que juravam ser eternos. Ele fala com um novo tom de voz, Aquele tom de quem tem na alma a certeza de poder mais, mas a dúvida se quer mesmo esse mais. ela ouve, relembra da dica Dele para NY e agradece como em uma prece. ela queria ajudar mais, beber até cair, sentir a extensão da dor e relaxar. Ele queria se sentir menos sozinho, mas sabe que ninguém vai preencher o vazio da alma....Sim, ambos relaxam após a troca importante de cumplicidade e afeto. sabiam que eram bons juntos.]
03.11 00h43
[ela queria viver. Ele fingia ser feliz. e juntos viviam uma história chata, repetitiva. noite fria. NY pela janela com neblina e silêncio. ela queria esquecer. Ele fingia ser indiferente. e juntos tentavam entender o que estava mais que explícito. ela queria mudar. Ele queria mudar. e juntos perceberam que a mudança só aconteceria com cada qual na sua estrada. ela tinha decidido. Ele nunca decide nada. e juntos empurram a vida por mais um vinho, uma discussão, uma ausência - e se prometem deixar de sobreviver nas sombras e buscar a felicidade (mas a de verdade)]
30.10 23h28
[coca light no copo, vento no rosto e um mundo aberto via google de coisas que eles poderiam fazer lá fora. Ele não sabe o que quer, ela sabe que quer viajar. E juntos constroem uma viagem maluca para NY as vesperas de N trabalhos com o objetivo de se cansar de outra coisa que não picuinhas, trabalhos, gente chata e poluição. Ele quer ir a livraria, ela ao parque. Frio se instala por lá e comidas diferentes, besteiras a comprar servem de alibi quase perfeito para novos riscos. Ele quer negociar, ela quer viver. E juntos vão construindo um castelo repleto de passagens secretas e novas histórias.]
23.10 16h02
[pão fresquinho no mercado e ela querendo comer alface. feira mundial de chocolate e Ele querendo reduzir a glicemia. o mundo era um grande jogo para os dois, pois não se cabiam nas suas limitações e seguiam...descobriram com o tempo que as cercas eram de papel e os limites de mentira. se magoaram, feriram onde ninguém mais consegue chegar...riram, trocaram o que jamais outra pessoa terá deles. silenciaram, porque na dor perceberam que podiam tanto mas que haviam se tornado tão pouco. pão e chocolate - fácil é só escolher]
20.10 13h52
[ela via o mundo da altura dos calcanhares, as vezes lhe passavam uma carraspana ou sentia um pé em riste lhe fazendo afronta. não entendia o porque. era silenciosa, meiga e tinha fome, mas mais que fome tinha saudades da cama, do carinho, do afeto e continuara amando quem lhe abandonara num quarto gelado e fora da casa. era só um cão diziam os outros, era a pessoa que eu mais amava dizia ela - o problema era que os humanos não sabiam ouvir. pronto a página virou, nunca mais lhe darão as costas, hoje tem tantos amores que nem sabe para onde olhar e neste mesmo olhar agradece por poder dar novamente o amor que trouxe dentro de si.]
19.10 14h48
[uma fresta de sol entrou pela janela dela, no mesmo momento do outro lado da cidade Ele se espreguiçava ainda na cama. Eram assim síncronos em sensações mesmo que demonstrassem de maneiras diferentes. ela despertou montando a viagem, Ele ficou pensando porque iria e sabia que essa conexão vinha de outros mundos. Lá! Uma década atrás Ele disse que a união deles vinha de outras vidas e não eram poucas - um anjo passou e ouviu - os uniu novamente. É quando o destino supera as razões e assim bem simplista se estabelece]
17.10 9h25
[a noite caiu e com ela novidades, impulsos. a lágrima escorre mas ela sabe que é preciso seguir e as mudanças todas que cada dor representa fizeram dela alguém que não vê importância em coisas que antes eram primordiais. seus valores mudaram, assim como o gosto do chocolate já não é mais bom, cozinhar já não tem mais o mesmo brilho e as manhãs cinzas podem continuar assim...ela ouve a mesma música sem parar, quem sabe é apenas para se convencer que o caminho já está trilhado. alguém podia lhe emprestar um mapa, mas quem???]
14.11 20h57
[as orelhas de molho movimentavam o mundo dela, hj ele está silencioso, dolorosamente silencioso. ela sorri de canto de boca, engole a lágrima que escorreu e torce para ter aprendido o que a orelhuda ensinou. hora de ir pra casa -vinho e mais silêncio.]
13.11 17h29
[o som da rua a deixava confusa, ela queria assim como Ele que o apocalipse batesse na sua janela e levasse tudo embora. Ele queria transformar medo em dúvida e dúvida em nostalgia, não deu certo. e ambos se calaram por dias, o papo voltou, o sarcasmo, a risada, as análises noscenses levaram os dois a um almoço árabe, uma arte russa em plena quinta cinza e paulistana. eram assim, cumplices até da birra do mundo]
13.11 14h51
[ela despertou de um sono profundo como se já tivesse passado do meio dia, eram 6h40 da manha. ela sorriu, bebeu água e resolveu caminhar. ipod no ouvido, Gadu no som e as ruas desertas de uma cidade imensa. ela pensou, repensou. essa vez não haveria crianças em casa, mas o sorriso delas estaria lá é preciso entender. tomou uma água de coco, riu de uma discussão de casal pensando: quanta besteira. voltou a si, caminhou, relembrou...já em casa um banho e um cochilo. o mundo pode muito nela, e ela estava disposta a ver até onde iria esse parapeito]
12.10 9h59
[o combinado era ela levar o vinho e Ele o sonho. fariam um picnic no meio da rua, embaixo da chuva e lá mesmo definiram o futuro. aquele dá próxima esquina, do próximo beijo, da próxima viagem. ela ficaria com as malas e Ele com o destino. e combinaram sem cobranças, cumplices de histórias e perdas apenas ser felizes juntos. ela seria mais generosa e Ele mais sarcástico. respeitariam suas ausências e os novos objetivos conjuntos. sim porque os dois entrariam com a amizade e o respeito. o resto tinha sido passado - a ferro.]
11.10 12h54
[eles riram, falaram da vida. viram vida nos olhos das crianças que transitaram pela sala. é o mundo pode ter conserto - que tenha, por eles. ela ajudou a servir os petiscos e contou detalhes. Ele contou dos projetos, dos Seus detalhes. cerveja gelada, queijos, risadas baixinhas. telefone. ela esta feliz pela amiga, feliz, cansada, casada, divertida, amiga mesmo. Ele estava feliz por compartilhar Seus projetos com outro que pode somar e que acreditou nas idéias.
Eles saíram em silêncio, perfil de missão de vida cumprida - de observar um mundo real, de ver que é possível e que cumplicidade é sim o maior ingrediente de um relacionamento. e os amigos possuiam um mundo e eram felizes.
eles?? estavam buscando o caminho...mesmo sabendo qual...]
11.10 0h25
[ela encontrou com Ele na rua.ambos sorriram, o frio indicava que o vinho seria a companhia de ambos. eles beberam 2 doses cada. falaram besteiras. fizeram planos, riram dos simpsons. choraram a perda...e seguiram cada um p/ um lado. cada um em sua casa. solidão]
[ fim de tarde...dia bom...ela ia andando pela rua, um sol vermelho se pondo no ceu, cedo, o vento fresquinho acordava os olhos, fazia as orelhas do cocker 100 quase decolarem e o sorriso no canto da boca nao tinha motivo aparente, mas ela estava feliz.
Olhando as pessoas na rua, seus trejeitos, suas faces ora enrrugadas pelo vento, ora diminuidas pelo reflexo do sol, quem passa fala em diversos sotaques pela feirinha que acontece ao lado, e num suspiro, ela se pergunta: onde estou?
Na beira mar um vento mais forte bate, um arfar da cachorra pastorando o mar, a brisa volta suave e um cheiro bom de vida....então entre passos largos e inspirar profundo ela se responde: estou onde escolhi estar, amando qem escolhi amar, construindo minha vida...
e sorrindo pro acaso que passa...
e passa.]
[o dia abafado e ela tinha sonhos confusos, mortes, dores, histórias descontadas....e sonhos bons, sorvete, guria, cocker 100, risadas e uma paz que a muito eu não sentia. literatura cordel, medieval, nominativa, poética, sem luz, com vida...enfim confusa como alguns dos sonhos.]
[sexta de sol e maresia, um dia de decisões.
Ela acorda as 5h sai com a cachorra e caminha horas, a esmo, sem rumo.
Na volta, um bom banho e cama por alguns minutos - desperta em seguida.
Se arrumando ao som de Lenine, do novo, brinca com o bixu da casa e baixa seus emails.
O sol bate na janela e revela um dia de ar leve, pura...tranquilidade à vista.
e entre propaganda, orçamentos, contas...duas linhas que mudam tudo.
como um sinal, um aviso. Aquele que ela havia pedido a algum tempo e achava que Deus estava de férias, ou ouvindo o novo cd de Madonna - que nada, ouviu e mandou um sinal super claro e conciso.
sinto falta também, das risadas, chopps, papos sérios, textos pesados, desejos guardados e o melhor - troca do conteúdo.
Seja de cunho diverso, político, religioso, sexual, financeiro..ou apenas sobre nós mesmos.
Renascer tem momentos introspectivos...e o melhor é sair deles por um motivo como Vc.
ela perdeu a hora de sair, se envolveu em momentos refazendo processos e analisando se isso era mesmo um sinal. respondeu o email entre um todinho e o secador. calou a música e cantarolou pela casa.
o vento ja entrava pela porta da sala, manso, com a cachorra e seu "astro" barulhando pela casa.
ela se garantia. já não haviam motivos para medo. os motivos agora eram de passos pelo escuro do sonho, da casa, da vida.
".... eu, de certa forma, estava sentindo que sampa tava estranhamente incompleta."
Pq quem conhece ela sabe que sinais representam muito...e o Dele significa uma troca inexplicável de mais pura energia do bem..para o bem, ao menos deles.
nous aller à Paris?]
[Depois de uma noite de vinho, pizza e otima companhia ela voltou pra casa tranquila, sentindo-se amada e um pouquinho feliz.
Não conseguia dormir...era muita informação e mais sensações que havia esquecido na gaveta em prol de um amor que já não tinha a mesma força.
Eles se amavam? Sim...não existia dúvida, mas existem sentimentos maiores que o amor..como o medo, a dúvida...e outro maior ainda esse sim eles nunca perderiam: a cumplicidade.
Matariam juntos se fosse preciso - Ele conhece dela coisas que só Ele sabe. Ela sabe de preferencias e idéias Dele que Ele não dividiria com outra pessoa.
E o tempo passou...e essas coisas ficaram no baú, junto com os beijos, carinhos e bons sentimentos.
Hoje, ela desperta amassada, com preguiça, passeia na manha gélida com ipod no ouvido e a cã pelas mãos...ouve sons que estavam esquecidos.
é a fada que fala e ela nunca mais tinha tido coragem de ouvir.]