[uma fresta de sol entrou pela janela dela, no mesmo momento do outro lado da cidade Ele se espreguiçava ainda na cama. Eram assim síncronos em sensações mesmo que demonstrassem de maneiras diferentes. ela despertou montando a viagem, Ele ficou pensando porque iria e sabia que essa conexão vinha de outros mundos. Lá! Uma década atrás Ele disse que a união deles vinha de outras vidas e não eram poucas - um anjo passou e ouviu - os uniu novamente. É quando o destino supera as razões e assim bem simplista se estabelece]
17.10 9h25




[a noite caiu e com ela novidades, impulsos. a lágrima escorre mas ela sabe que é preciso seguir e as mudanças todas que cada dor representa fizeram dela alguém que não vê importância em coisas que antes eram primordiais. seus valores mudaram, assim como o gosto do chocolate já não é mais bom, cozinhar já não tem mais o mesmo brilho e as manhãs cinzas podem continuar assim...ela ouve a mesma música sem parar, quem sabe é apenas para se convencer que o caminho já está trilhado. alguém podia lhe emprestar um mapa, mas quem???]
14.11 20h57



[as orelhas de molho movimentavam o mundo dela, hj ele está silencioso, dolorosamente silencioso. ela sorri de canto de boca, engole a lágrima que escorreu e torce para ter aprendido o que a orelhuda ensinou. hora de ir pra casa -vinho e mais silêncio.]
13.11 17h29


[o som da rua a deixava confusa, ela queria assim como Ele que o apocalipse batesse na sua janela e levasse tudo embora. Ele queria transformar medo em dúvida e dúvida em nostalgia, não deu certo. e ambos se calaram por dias, o papo voltou, o sarcasmo, a risada, as análises noscenses levaram os dois a um almoço árabe, uma arte russa em plena quinta cinza e paulistana. eram assim, cumplices até da birra do mundo]
13.11 14h51



[ela despertou de um sono profundo como se já tivesse passado do meio dia, eram 6h40 da manha. ela sorriu, bebeu água e resolveu caminhar. ipod no ouvido, Gadu no som e as ruas desertas de uma cidade imensa. ela pensou, repensou. essa vez não haveria crianças em casa, mas o sorriso delas estaria lá é preciso entender. tomou uma água de coco, riu de uma discussão de casal pensando: quanta besteira. voltou a si, caminhou, relembrou...já em casa um banho e um cochilo. o mundo pode muito nela, e ela estava disposta a ver até onde iria esse parapeito]
12.10 9h59



[o combinado era ela levar o vinho e Ele o sonho. fariam um picnic no meio da rua, embaixo da chuva e lá mesmo definiram o futuro. aquele dá próxima esquina, do próximo beijo, da próxima viagem. ela ficaria com as malas e Ele com o destino. e combinaram sem cobranças, cumplices de histórias e perdas apenas ser felizes juntos. ela seria mais generosa e Ele mais sarcástico. respeitariam suas ausências e os novos objetivos conjuntos. sim porque os dois entrariam com a amizade e o respeito. o resto tinha sido passado - a ferro.]
11.10 12h54


[eles riram, falaram da vida. viram vida nos olhos das crianças que transitaram pela sala. é o mundo pode ter conserto - que tenha, por eles. ela ajudou a servir os petiscos e contou detalhes. Ele contou dos projetos, dos Seus detalhes. cerveja gelada, queijos, risadas baixinhas. telefone. ela esta feliz pela amiga, feliz, cansada, casada, divertida, amiga mesmo. Ele estava feliz por compartilhar Seus projetos com outro que pode somar e que acreditou nas idéias.
Eles saíram em silêncio, perfil de missão de vida cumprida - de observar um mundo real, de ver que é possível e que cumplicidade é sim o maior ingrediente de um relacionamento. e os amigos possuiam um mundo e eram felizes.
eles?? estavam buscando o caminho...mesmo sabendo qual...]
11.10 0h25

[ela encontrou com Ele na rua.ambos sorriram, o frio indicava que o vinho seria a companhia de ambos. eles beberam 2 doses cada. falaram besteiras. fizeram planos, riram dos simpsons. choraram a perda...e seguiram cada um p/ um lado. cada um em sua casa. solidão]

[ fim de tarde...dia bom...ela ia andando pela rua, um sol vermelho se pondo no ceu, cedo, o vento fresquinho acordava os olhos, fazia as orelhas do cocker 100 quase decolarem e o sorriso no canto da boca nao tinha motivo aparente, mas ela estava feliz.
Olhando as pessoas na rua, seus trejeitos, suas faces ora enrrugadas pelo vento, ora diminuidas pelo reflexo do sol, quem passa fala em diversos sotaques pela feirinha que acontece ao lado, e num suspiro, ela se pergunta: onde estou?
Na beira mar um vento mais forte bate, um arfar da cachorra pastorando o mar, a brisa volta suave e um cheiro bom de vida....então entre passos largos e inspirar profundo ela se responde: estou onde escolhi estar, amando qem escolhi amar, construindo minha vida...
e sorrindo pro acaso que passa...
e passa.]


[o dia abafado e ela tinha sonhos confusos, mortes, dores, histórias descontadas....e sonhos bons, sorvete, guria, cocker 100, risadas e uma paz que a muito eu não sentia. literatura cordel, medieval, nominativa, poética, sem luz, com vida...enfim confusa como alguns dos sonhos.]

[sexta de sol e maresia, um dia de decisões.
Ela acorda as 5h sai com a cachorra e caminha horas, a esmo, sem rumo.
Na volta, um bom banho e cama por alguns minutos - desperta em seguida.
Se arrumando ao som de Lenine, do novo, brinca com o bixu da casa e baixa seus emails.
O sol bate na janela e revela um dia de ar leve, pura...tranquilidade à vista.
e entre propaganda, orçamentos, contas...duas linhas que mudam tudo.
como um sinal, um aviso. Aquele que ela havia pedido a algum tempo e achava que Deus estava de férias, ou ouvindo o novo cd de Madonna - que nada, ouviu e mandou um sinal super claro e conciso.
sinto falta também, das risadas, chopps, papos sérios, textos pesados, desejos guardados e o melhor - troca do conteúdo.
Seja de cunho diverso, político, religioso, sexual, financeiro..ou apenas sobre nós mesmos.
Renascer tem momentos introspectivos...e o melhor é sair deles por um motivo como Vc.
ela perdeu a hora de sair, se envolveu em momentos refazendo processos e analisando se isso era mesmo um sinal. respondeu o email entre um todinho e o secador. calou a música e cantarolou pela casa.
o vento ja entrava pela porta da sala, manso, com a cachorra e seu "astro" barulhando pela casa.
ela se garantia. já não haviam motivos para medo. os motivos agora eram de passos pelo escuro do sonho, da casa, da vida.
".... eu, de certa forma, estava sentindo que sampa tava estranhamente incompleta."
Pq quem conhece ela sabe que sinais representam muito...e o Dele significa uma troca inexplicável de mais pura energia do bem..para o bem, ao menos deles.
nous aller à Paris?]

[Depois de uma noite de vinho, pizza e otima companhia ela voltou pra casa tranquila, sentindo-se amada e um pouquinho feliz.
Não conseguia dormir...era muita informação e mais sensações que havia esquecido na gaveta em prol de um amor que já não tinha a mesma força.
Eles se amavam? Sim...não existia dúvida, mas existem sentimentos maiores que o amor..como o medo, a dúvida...e outro maior ainda esse sim eles nunca perderiam: a cumplicidade.
Matariam juntos se fosse preciso - Ele conhece dela coisas que só Ele sabe. Ela sabe de preferencias e idéias Dele que Ele não dividiria com outra pessoa.
E o tempo passou...e essas coisas ficaram no baú, junto com os beijos, carinhos e bons sentimentos.
Hoje, ela desperta amassada, com preguiça, passeia na manha gélida com ipod no ouvido e a cã pelas mãos...ouve sons que estavam esquecidos.
é a fada que fala e ela nunca mais tinha tido coragem de ouvir.]

[e ele tava sozinho..silencioso. não sei quanto tempo demoraram para perceber sua ausência.
ele partiu sozinho, sem um aviso, um telefonema, um carinho. que o mundo do lado de lá seja melhor que este, ao menos para ele. que a nossa mania de achar que sabemos tudo seja recompensada pela paz dele. que ser mais um sem ser especial tenha hoje um novo sentido o de fazer as pessoas especiais em nossas vidas.....o de apenas passar.
ele sempre achou que só estava passando, que não tinha importância, valor....que não lembrariam dele depois de um tempo. mas as risadas, a febre de gincana, os momentos de ira, e as palhaçadas bebado...nos ensinaram a amá-lo assim...mesmo a distância...e este amor silencioso e sem tempero pode ter deixado ele na solidão em que partiu.
Vai em paz meu amigo...não fomos capazes de entender tua necessidade..porque na maioria das vezes sabotamos nossas próprias necessidades de amor, atenção, cumplicidade e carinho...]

[ela não sabia como reagir...havia pensado em beber muito, em calar...em deixar passar.
como deixou tantas outras mentiras Dele, tantos outros silêncios, remorsos que Ele vai levar vida a fora. porque ela era sempre intensa, até quando silenciava. abriu uma garrafinha de smirnoff black, uma barra de chocolate e ficou divangando entre lembranças, medos e anseios que a vida está neste momento colocando a sua frente.
ela prendeu o cabelo, se perfumou com Roma, colocou um vestido de alças e saiu...para ver o mundo lá fora. e o mundo estava mesmo lá fora. riu, sorriu, teve lágrimas nos olhos e viu a vida passar por outro angulo que não o do Amor intenso que ela vive a tanto tempo...e é tempo mesmo..são 08 anos de trocas, de entregas, de alguma cumplicidade.
a vida estava lá....e os corações papel estavam molhados no extremo dos sonhos..do medo..da entrega.
ela silenciou,voltou pra casa...tirou o vestido, pego uma coca light, colocou no som um cd que havia ganho de presente e adormeceu, com a certeza que viver é mais que necessário não importando a dor que está se sentindo.]

[fantasmas...
ela estava cansada, dias a fio trabalhando, pensando...resolveu tomar um sol, uma coca light e dar um passeio com a cachorra. Vento forte lá fora,, gelado...uma sensação de vida...a cachorra puxa com força...mas ela segue sorrindo e falando sozinha ou com o bixinho...rs. Por um momento questionou o que estava fazendo da vida, vivendo como não queria mas com boas surpresas nas últimas semanas.
Num piscar dos olhos o céu escurece, ela silencia e ao abrir os olhos já marejados se depara com os mesmos fantasmas, mesmas histórias, mesmas ausências e a mágoa volta a ser inevitável - gavetas com chaves podem ser arrombadas. Pois é...o tudo de bom já é menos bom, o vento agora dá frio, o sol arde os olhos e a sensação de "margem" a incomoda novamente.
Volta pra casa sem entender bem o porque da sensação, do vazio...alguns minutos no computador e a descoberta..o sexto sentido dela ainda funciona..e ainda a faz crer que esse mesmo sentido é o que a faz ficar, mas será que é o caminho correto???]

[alguém destapou o ralo da represa... e um redemoinho arrasta meus barcos de papel escrito,
minhas flores prensadas em livros,
os cartões de amores antigos,
os recortes de jornal lidos e relidos,
as fotos amareladas dos nossos amigos.
..há algo de mim se esvaindo.]

obs: estes originais estão sem acento..assim que tiver um tempo acentou..=)

[...ela ia andando pela rua, um sol lindo no ceu, cedo, o vento gelado acordava os olhos e o sorriso no canto da boca nao tinha motivo aparente, mas ela estava feliz. Olhando as pessoas na rua, seus trejeitos, suas faces ora enrrugadas pelo vento, ora diminuidas pelo sol, quem passa fala em diversos idiomas..e ela se pergunta: onde estou? Na ponte um vento mais forte, uma brisa suave e um cheiro bom de vida....ela se responde: estou onde escolhi estar, amando qem escolhi amar, construindo minha vida...e sorrindo pro acaso que passa...e passa.]


[ela dormiu esperando o telefone tocar. Ele acreditou que nao deveria ligar.
Ele teve um sono agitado, perdido. ela sonhou com a casa nova, novos moveis, nova historia.
ela sente saudades. Ele nao. ela chora e sorri com a mesma intensidade. Ele so cala.
..o tempo fez deles refens do nada, da pagina em branco, do vazio.
Ele se convence que o mundo cabe em um quarto. ela canta Elis baixinho pelas ruas da cidade.
ela descubriu tantas coisas nos ultimos dias. Ele repete e repete a mesma estrofe, sem riscos.
Ele acredita num momento possivel, um dia, quem sabe, quem dera. Ela vive os momentos.
... sem apostas jamais vao saber se este e o caminho, o trajeto, o rumo.

ela vomita o medo, a duvida e sente o bom e o ruim. Ele de novo, so cala.
Ele sobrevive. ela esta aprendendo a viver.
ela sorri. Ele titubeia.
... e as faces ja nao refletem so luz.
Ele franze a testa. ela curva os labios num sorriso minimo.
ela sente-se melhor. Ele se sente sozinho.
Ele descre na vida, nas pessoas, no mundo. ela cre no que sente e se move por isso.
....Catavento e girassol, mesma forma, luzes diferentes. Vento, vida...]

[O sol la fora lhe ardia os olhos, ela havia dormido menos de 1h esta noite e ja estava na rua a caminho do trabalho. Cantarolava baixinhu uma musica que ouvira algumas vezes durante a noite, nao sabe se tocou mesmo varias vezes ou se ficou apenas com a sensaçao.
Distraida ao atravessar a rua, uma freada forte e o susto..ela nao havia visto o carro. Balança a cabeça, sem graça e segue. O motorista para o carro um pouco mais a frente e vem como que “tirar satisfaçoes” sobre a displicencia dela.
Tipica pessoa que busca discussao por nada...ela nem ergue os olhos e pede desculpas. Ele fala incansavelmente, ela sorri como que rindo da propria tragedia. O homem com voz agradavel e extremamente irritado fica irado com o sorriso dela, ela tenta se desculpar mais uma vez e ergue os olhos....
A musica da noite anterior ainda retumba em sua cabeça e os proximos segundos se tornaram um clipe da musica...os olhos dela desmontam a ira dele. Ambos começam a rir, ela sussurra meio noscense a musica que lhe persegue desde a noite anterior, ele complementa a estrofe.
Ela mantem o sorriso nos labios, ergue a cabeça e segue..ponte acima. Ele oferece carona, pede o telefone, sinal de fumaça, pombo correio registrado, qualquer forma de encontra-la novamente, ela cala e passa, nao quer alguem stressado assim e mesmo sem saber o passado dele nao quer apostar no futuro.
Continua cantarolando e segue..
O dia lhe reserva bem mais que impulsos, e a opcao da surpresa positiva se mantem. Alguem mais humano e menos no limite a de cruzar seu caminho e faze-la sorrir por um bilhetinho bobo entre as compras do mercado...
detalhes que fazem a diferença..e fazem valer a pena!!!]

[ela nao consegue esquecer os detalhes. Ele sorri como criança nem sabe do que. ela olha com olhos amendoa. Ele engole com a boca carnuda. ela titubeia palavras ao leo. Ele silencia como quem constroi um romance.
ela refaz o trajeto de quando se conheceram. Ele procura em um mapa o rumo pra onde essa historia vai. ela bebe coca diet. Ele dedilha uma musica estranha na madeira da mesa. ela sente saudades. Ele vive a saudades.
ela so queria sentar no boteco e falar horas com Ele sobre a vida. Ele so queria ter horas ao lado dela, num boteco, em casa, de dia, a noite. ela so queria sentir a mao Dele em seu pescoço. Ele queria apenas a boca dela calando a Sua.
...eles se cruzam..sorriem e seguem. Cada um escrevendo a sua historia, juntos??? vai saber]


[....o dia prometia fortes emoçoes..a musica alta logo cedo refletia uma alegria desconhecida para o horario. Ele havia tido um sonho estranho, mas estava sereno..como ficamos depois de um sorvete de chocolate imenso... sereno e repleto...Tomou banho com o som alto..pensou na vida enquanto cantarolava a musica, se vestiu.. e deixou no quarto a eterna zona diaria e saiu.
Na rua..as pessoas pareciam mais felizes, como se tivesse um sorriso nos labios e um luminoso nos olhos. Ele nao estava entendendo de onde vinha toda essa luz e energia...prosseguiu. Pegou onibus, chegou no trabalho...e a vida foi seguindo seu rumo rotina do dia.
Num determinado momento Ele saiu para dar uma volta, meio andando para casa e desacreditando nas pessoas e na felicidade que elas emanavam, algo realmente estava acontecendo - mas ponderou por um momento e chegou neste instante a crer no ser humano e na sua capacidade construtiva, quem sabe estavam descubrindo a importancia de sentir alem do simplesmente ser.
Passou na padoca comprou dois paes, um guarana e relembrou o que havia na geladeira para fazer um sanduiche, entao pediu mais algumas gramas de presunto - e estava encafifado porque a senhora que sempre o atendia era resmungona e estava sempre com pressa e hoje ela parecia menos aflita, menos coelho da Alice. Pegou sua compra, entrou em casa.
Estava vazia.
Foi ao som..apertou o play, e a musica da manha continuou a tocar na mesma altura e intensidade. Dirigiu-Se entao para a cozinha, pensando em tudo que colocaria no sanduiche, no caminho a porta do banheiro estava aberta. Ele passou. Parou. Deu uns passos para tras.
E Se olhou no espelho do banheiro.
Descubriu entao que nao eram as pessoas que estavam mais felizes, mais luminosas, mais sorridentes. Ele havia aprendido de alguma forma a se sentir feliz e nao apenas ser feliz - essa foi a energia que Ele dissipou por onde passou no dia em que nao sabia, mas ja estava repleto de boas sensaçoes...e plenamente feliz, sem motivo aparente, so feliz e bastava-Se em Si.]


[ela nao sabia admitir mas era preciso, este era o momento exato de abrir mao, de desistir. seus olhos marejados de lagrimas, lendo nas palavras Dele a sua propria historia, o que deixou de lado, o que deixou de viver - e olha que ela viveu pra caralho...viajou, arriscou sempre..mas a algum tempo havia perdido esse brilho e sequer havia notado.
ela nao sabia assumir, era covarde com seus sentimentos, nao queria desamar ninguem...mesmo que isso machucasse, sentir-se amando era importante. ate a conversa casual ter lhe pintado em luzes fluorescentes..
o amor acabou
- e a sensacao nem era de dor..... era uma perda.... e ela invadiu sua tarde, e as ruas da cidade como se soubessem do que acontecia se pintaram de cinza e pareciam mais silenciosas como que conspirando para a certeza.
perda de tempo, de vida, de novas historias - de tirar da gaveta o brilho dos olhos, as ideias malucas e seguir em frente...de dividir esse mesmo brilho, as vontades, os riscos impetuosos com Alguem que quisesse ouvi-los, vive-los, compartilha-los - era essa a diferença.
nada a ver com mais ou menos sentimento...era preciso sentar no parapeito da vida e repensar o processo.

ela silenciou por um tempo.
Ele falava do mundo e ela respondia falando meio Dele, meio de si...ja nao sabia se conjugava na primeira ou terceira pessoa ou ainda na primeira do plural...e no momento seguinte a conversa, uma serenidade invadiu-lhe a alma. ela continuo a ouvir a mesma musica repetida e incansavelmente..como que entrando na historia e percebendo que tantas outras historias tambem se fazem assim, de detalhes que surgem do nada e nos supreendem, capazes de sensaçoes que nao acreditamos existir e que estavam na espreita esperando para acontecer.
Ele seguiu para as coisas do dia que tinha que fazer, ela continuou no trabalho entre mil historias, sensaçoes e um luminoso na porta dizendo: passou.]

[Ela pensou em ligar meia noite e um, para desejar Felicidades, mas repensou e desistiu o inicio do dia em que nascemos deve ser contemplado, celebrado e como nao podia estar por perto nao via como coerente, interromper a celebraçao Dele.
Ela pensou muitas coisas, boas ideias, boas musicas, bons pensamentos mesmo e direcionou tudo isso para Ele. Que Suas maiores ausencias fossem tambem Suas maiores recompensas.Que acreditar fosse sinonimo de executar e que sorrir fosse sim o mesmo que sentir-Se feliz.
Ela acordou cedo...tomou cereal com leite, colocou uma musica e pensou o que escreveria. Decidiu por um texto sobre ritos, etapas...que celebrasse a vida e bendicesse o mundo que Ele ja traz na mochila. E junto com estes agradecimentos ela depositou todos os papos, risadas e silencios que ja dividiram e percebeu que se conhecem a muito pouco tempo, mas criaram uma afinidade especial.
Ela sentou na sala e começou a contar, riu a beça sozinha e a cachorra olhava como que pensando: ela pirou. Os ulitmos meses eles tem se falado mais que quando estavam mais perto...mudanças geram expectativas e os dois haviam passado por sensaçoes diferentes nos ultimos tempos.
Ela lembrou do pe de moleque na festa...sabia que Ele gostava, e do quentao...e da raiz que a festa e o mes de junho trazem - ela sentiu saudades, teve momentos de silencios outros de extrema euforia mas a saudade estava al, presente, lembrando que em outro lugar do planeta, Ele faria aniversario e ela queria muitooo que Ele fosse feliz.
O dia passa cinza, silencioso...talvez ela ligue, talvez so amanha...talvez num impulso interrompa a introspecçao Dele so pra dizer: oh a Terra ficou muito melhor anos atras no dia de hoje....porque nascia um Menino/Homem audaz, covarde, idealista, profeta, falante mudo, com dons de musico, poeta e artista..que traz na veia processos de sentimentos nao comuns nos dias de hoje...:)
ela sorriu baixinhu e agradeceu esse mesmo mundo que deu a ela a oportunidade de conviver com Ele.]


[Era um dia normal pelas ruas do Rio. Sol. Vento. Assalto. Gente bonita. Buzinas. Bicicletas.
Era sabado, um qualquer do calendario, ela saiu de casa para celebrar a vida.
Andou pela praia, voou sobre o mar, acordou os de bem, abençoou os nao de bem, e seguiu..e pelas ruas viu:
vida. tristeza. cerveja gelada. fome. corpos bonitos. animais abandonados. vida. Brasil.
E no momento seguinte seu coraçao exitou, alguma coisa nele dizia que era hora de realmente ventar.
Ela sentou-se na beira mar, respirou fundo e esperou que ele parasse.
Ele parou, e neste primeiro solfejo...ela voou alto...passou pelas pessoas que ama, que gosta e ate pelos inimigos ela sorriu...ele voltou...o pulso fraco, a vontade de ventar imensa..mas era preciso decidir a rota - ninguem venta sem saber para onde, ao menos nao ela.
E ai o passeio dela estava sendo interrompido por vozes desconhecidas, confusas..ela serenizou. ele pulsava mais forte agora, mas ela sabia que ele iria parar um pouco mais a frente.
e aconteceu.

ele brigou 15 minutos para permanecer parado, mas ela nao havia ainda selecionado a mochila que levaria consigo, nem os caminhos dos grandes canyons por onde seguiria, buscava neste momento seu amigo da Nuvem para lhe acompanhar..por isso ainda esperava para ventar.
Ela viu sua vida, seus amigos, seus filhos, amores eternos passarem neste tempo humano com uma clareza de um filme de cinema, ouviu as cançoes de ninar de sua avo, e as outras que aprendeu num corpo grande mas na alma de uma menina linda que sempre foi.
Conheceu todos os seus bichos no trajeto humano de 2 dias de espera...cruzou por todas as cartas do tarot que sempre lhe deram a sensibilidade e luz que mostrou ao mundo e por fim...encontrou seu amigo Nuvem que estava ali so olhando...lhe sorriu, estendeu a mao e foi ventar.

Era uma terça feira normal pelas ruas do mundo.
Era solsticio de inverno nas ruas do Rio.
Era um dia especial de entrega e perda para quem a conheceu.
Era dia de festa do outro lado.
Era hora de ventar.
era...

[terça de sonho e friozinho (e estamos em Miami) com chuva...
um sono imenso, um cansaço enorme, meu corpo deita mas nao pousa sem teus braços.
acho que nao volto a dormir e ressonar para acordar inteira se nao for ao teu lado.
estou ai, dentro do Teu peito e agora estou condenada a andar aqui sem alma e p/ os que estao sem alma, nao ha horas de sono que deem jeito.
sigo branca, livida, labios vermelhos porque meu sangue corre aí em Tuas veias, nao sentes, longe que esta do meu proprio coraçao, se impulsiona distante e eu esfrio o corpo, com Teu coraçao batendo por nos dois enquanto o meu soluça no seco, longe dos líquidos quentes de que nos fazemos juntos.
minhas maos a procura de Voce no vazio vizinho, na amplidao alva impregnada do Teu cheiro, entre travesseiros e tudo isso se mistura aos sonhos em que voltam as nossas imagem em flashes, em pedaços, o quarto quase escuro, a luz da madrugada, Tuas pernas, os pelos do Teu peito, Tua língua rubra, peças de roupa perdidas, Teu riso, um leve suspiro...
e eu acordo com a impressao de que acabaste de Te evadir daqui, que em mim restam Teus afagos de sonho, a presença efemera do Teu riso, quando rias, a Tua respiraçao.
Adormeço insone, com pena dos meus seios tão longe das Tuas maos...]

[domingo de sol forte..ela acordou tarde, mexeu em uns livros e seus olhos marejaram de lagrimas - algo ali tinha cheiro de passado.
Tomou um bom banho e saiu caminhar com a cachorra, no som um pour porri de musicas brasileiras cantadas por mulheres e ela caminhando intercalou frases inteligentes com suspiros. cruzou entao com Ele, um Homem menino de sorrisos largos e historias mirabolantes na cabeça...sentaram e trocaram muito tempo informaçoes,inverdades, sentimentos e dependencias - como a do alcool, da droga.
Ela chorou sabendo que dependia dela o "life alive" Dele, que a força motriz dela era so pra ela...que o sol alimentava o sonho de ambos mas apenas um sabia digerir a energia. que a Lua deixava um rastro de luz necessario e que de novo so um conseguiria ver.
ela caminhou muito...foi longe e voltou tantas vezes quanto conseguiu...mas neste dia de sol forte, brisa do mar e vento forte, ainda com os olhso marejados, sentiu que era o momento de aportar seus sonhos em outro porto - silenciosa, adormeceu...]

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