[e ele tava sozinho..silencioso. não sei quanto tempo demoraram para perceber sua ausência.
ele partiu sozinho, sem um aviso, um telefonema, um carinho. que o mundo do lado de lá seja melhor que este, ao menos para ele. que a nossa mania de achar que sabemos tudo seja recompensada pela paz dele. que ser mais um sem ser especial tenha hoje um novo sentido o de fazer as pessoas especiais em nossas vidas.....o de apenas passar.
ele sempre achou que só estava passando, que não tinha importância, valor....que não lembrariam dele depois de um tempo. mas as risadas, a febre de gincana, os momentos de ira, e as palhaçadas bebado...nos ensinaram a amá-lo assim...mesmo a distância...e este amor silencioso e sem tempero pode ter deixado ele na solidão em que partiu.
Vai em paz meu amigo...não fomos capazes de entender tua necessidade..porque na maioria das vezes sabotamos nossas próprias necessidades de amor, atenção, cumplicidade e carinho...]

[ela não sabia como reagir...havia pensado em beber muito, em calar...em deixar passar.
como deixou tantas outras mentiras Dele, tantos outros silêncios, remorsos que Ele vai levar vida a fora. porque ela era sempre intensa, até quando silenciava. abriu uma garrafinha de smirnoff black, uma barra de chocolate e ficou divangando entre lembranças, medos e anseios que a vida está neste momento colocando a sua frente.
ela prendeu o cabelo, se perfumou com Roma, colocou um vestido de alças e saiu...para ver o mundo lá fora. e o mundo estava mesmo lá fora. riu, sorriu, teve lágrimas nos olhos e viu a vida passar por outro angulo que não o do Amor intenso que ela vive a tanto tempo...e é tempo mesmo..são 08 anos de trocas, de entregas, de alguma cumplicidade.
a vida estava lá....e os corações papel estavam molhados no extremo dos sonhos..do medo..da entrega.
ela silenciou,voltou pra casa...tirou o vestido, pego uma coca light, colocou no som um cd que havia ganho de presente e adormeceu, com a certeza que viver é mais que necessário não importando a dor que está se sentindo.]

[fantasmas...
ela estava cansada, dias a fio trabalhando, pensando...resolveu tomar um sol, uma coca light e dar um passeio com a cachorra. Vento forte lá fora,, gelado...uma sensação de vida...a cachorra puxa com força...mas ela segue sorrindo e falando sozinha ou com o bixinho...rs. Por um momento questionou o que estava fazendo da vida, vivendo como não queria mas com boas surpresas nas últimas semanas.
Num piscar dos olhos o céu escurece, ela silencia e ao abrir os olhos já marejados se depara com os mesmos fantasmas, mesmas histórias, mesmas ausências e a mágoa volta a ser inevitável - gavetas com chaves podem ser arrombadas. Pois é...o tudo de bom já é menos bom, o vento agora dá frio, o sol arde os olhos e a sensação de "margem" a incomoda novamente.
Volta pra casa sem entender bem o porque da sensação, do vazio...alguns minutos no computador e a descoberta..o sexto sentido dela ainda funciona..e ainda a faz crer que esse mesmo sentido é o que a faz ficar, mas será que é o caminho correto???]

[alguém destapou o ralo da represa... e um redemoinho arrasta meus barcos de papel escrito,
minhas flores prensadas em livros,
os cartões de amores antigos,
os recortes de jornal lidos e relidos,
as fotos amareladas dos nossos amigos.
..há algo de mim se esvaindo.]

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